Nestes tempos desertos
De ágil transparência
É sombra que se cultiva
Que realiza o drama de viver
Terras povoadas de silêncio
Feitas coágulos de luz
Superfícies amplas
De amplos enganos
Um outro universo
Um sol dentro de mim
Não como esfera
Mas como uma estrada
Um abrigo para o claro
Outro para a sombra
E uma réstia de vazio
No espaço engolido
Na palavra incendiada
E na boca emudecida
Ideias e aves medrosas
Ambas serão abatidas
Ao tiro invisível do poema