Há gente que nunca morre.
Gente que merece beijos
que nos matam os desejos
de arte, e assim nos socorre.
Há gente que apenas fica
nos livros, escultura viva,
nos fazem crescer saliva
na boca de cena se explica.
Há gente que é eterna,
que mora em algum lado
nosso, talvez o lado errado
que jamais se governa.
Há gente que nos enamora,
que sem nunca nos ver, fere,
deixa marca, das que se quer
e nunca, nunca vai embora...
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.
Este poema foi um comentário feito por mim a um poema de Paulo Leminski Filho chamado "Fazia poesia", presente neste site.
Um dos leitores, no fim do seu comentário manda um Beijim.
Em resposta, um terceiro, critica esse beijim por o poeta estar morto.
Esta foi a minha...