Divido-me entre ruas de esquecimento e portas
entreabertas ao voo peregrino
de aves tardias. Entre o nada e o nada.
Existe ainda dentro de mim
a verde geografia da palavra
a iludir o pousio das horas?
Ainda existe?
Poderia ser hoje o dia em que o tempo
se suspendesse na memória generosa
de um campo de trigo.
Preciso de um fio de letras, para decifrar o silêncio
de raízes soltas. Talvez a última tentativa
para a redefinição da luz.