A morte mostrou-se viva
na lágrima de uma preta
que lhe traçou uma linha descorada
sobre a cara mastigada e sofrida...
a morte mostrou-se com vida
para estar, para morar com a mulher
que cantava para quem partia.
A pele quente do sol, escura de breu
escondia, por baixo, o seu sangue
tão vermelho como o teu,
tão verdadeiro como o meu
que regava um espírito de raínha...
um espírito que nunca morre.
A lágrima da preta escorre,
cai no chão e não molha...
o calor não deixa!
O preto da preta
caíra mutilado, desiquilibrado
em guerra de que não sabe...
também esta com rogos de choro,
também esta com a morte viva...
em todos os buracos do chão.
A lágrima da preta
é toda africana...
salgada, sofrida, seca
e sem escolha.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.