O olhar era tão misterioso
Difícil demais de desvendar
Escondia neles amores antigos
Ocultava todas as formas de pensar
Mas deixava transparecer
Uma saudade que não conseguia ocultar
E, por mais que tentasse,
Essa descoberta não conseguia evitar.
No sorriso havia uma desconfiança
Parecia mais uma decepção de amor
Como se no inverno procurasse
Alguém que pudesse dar-lhe calor
No coração deixava permanecer
Uma longa jornada de muita dor
Que desejava apagar para sempre
Da sua alma dilacerada pelo rancor.
Ouvia dizer que poderia encontrar
No futuro uma nova forma de viver
Que o tempo pode curar toda dor
E restabelecer um novo alvorecer
Nisso acreditou piamente como sempre
Porque só desejava ver o amor florescer
No seu coração sempre tão inocente
Desejava ver a chama da paixão renascer.
E foi assim que o tempo passou
Nada de novo em sua vida aconteceu
Apenas um silêncio passou a existir
E na alma um sentimento faleceu
A única esperança que poderia ter
No adeus sem sentido tudo morreu
Como se nada no mundo importasse
Fechou os olhos e tudo isso esqueceu.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense