Eu amo entre vírgulas, reticências e exclamações
Porque só os pontos finais me parecem negligência
Me vejo quase sempre entre romantismo e metáforas
Pois qualquer eufemismo ao amar me parece incoerência
Me visto inteiro de amor, vejo nisso uma necessidade
Meu sentir é empírico e transcende a própria essência
Não que eu queira afogar meu sentimento em hipérboles
Pois a paixão sempre me soa como algum tipo de prepotência
Eu não sou um louco romântico ou um criminoso passional
É que por vezes sou frívolo e meu amor é cheio de impaciência
Eu não procuro a paz na intensidade gritante do sentimento
Mas não sou tolo ao ponto de amar com passividade e displicência
Vejo no meu jeito de amar uma loucura que se faz intensa
E só o que me sobra de razão traz equilíbrio à consciência
Só no amor eu consigo compreender minha própria alma
E dar algum sentido real ao niilismo da minha existência
Jeferson