Eu dizia que era a culpa
a culpada,
além da rotina
e a irmã, a monotonia,
mais fina.
Afinal,
o sabor que tinhas
tirou-me a idade, a esclerose
coisa dos nervos.
Ou fumava o teu ar de menina
que cresceu
e ganhou asas, e rugas, e cãs
e manhãs...
Afinal,
esse desgosto era só meu
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.