Por uma breia curva,
apertada e turva
serpenteia, obscura,
a lâmina mais dura
que se desembaínha
de uma bicuda adivinha...
e morde-me o corpo.
Aguarda entre vozes
a premonição dos algozes
que, feita de desfeita,
se me dá por maleita.
E morde-me o sopro.
Mas... ai! Que falhas normas
de macambúzias formas
se abeiram da praia
onde nada se diz que caia
no goto desgraçado
de um coitado desalmado?
No fundo, é caminho sinuoso
encastrado no aço perigoso
de uma arma ferrugenta
que já não se aguenta.
E morde-me o todo.
Um desejo afoito
veio de ter perdido o crer
e morre num feio coito
que escorre em água de ler
por acto sem prazer.
E no fim, já me morde morto.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.