Como se as ruas fossem rostos de silêncio
sem portas sem janelas
e os passos se juntassem na inquietação da manhã.
Sei de mim a desordem do tempo
na epiderme dos dias
e o nada que resta dentro dos nomes
em que me desdobrei.
Tantas coisas se passam dentro da palavra
e nas mãos entorpecidas grades retorcidas
a esmagarem o verso
olhares indecifráveis
amarrados às raízes da noite.
Hoje sei de mim o sabor silvestre
nos lábios da memória
debaixo de sete palmos de terra.