Poemas : 

em tempos de guerra

 
se não fosse
o jardineiro
com as mãos e
a enxada
ervas daninhas
venceriam
guerras no
jardim

em guerra
ousa-se
fera

porque frágeis
quando flores
somos!


Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/03/2022 21:58  Atualizado: 07/03/2022 21:58
 Re: em tempos de guerra
Belos versos, lindo trabalho poético

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 31/03/2022 09:27  Atualizado: 01/04/2022 02:49
Usuário desde: 06/11/2007
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Mensagens: 2123
 Re: em tempos de guerra
Em tempo de guerra acho muito pertinente falar de guerra. Sermos poetas de guerra, se possível combater a guerra com poemas.
Não de um dos lados do conflito, mas o conflito.

Acho a guerra a pior face do Homem.

O acordo de Genebra já melhorou algumas atrocidades que se cometiam sem dó nem piedade como a escravização dos derrotados, ou a estimulação à violação de todas as mulheres dos povos conquistados, às conhecidas pilhagens, em que os povos conquistadores ficavam com todas as riquezas dos outros e podiam (era guerra) destruir o resto a seu belo prazer.

Não quer isso dizer que eu acho que o acordo é respeitado ao máximo e sempre. Mas sempre que houverem Homens honrados entre os combatentes, é espectável que os rendidos\perdedores tenham os seus direitos respeitados.

As guerras anteriores ao século XIX não tinham regras, nem direitos (practicamente).
Merda para todos, dá vontade de dizer aos teatros de guerra.

O teu poema tem um sentido metafórico brilhante.
Composto por 3 estrofes muito livres, apenas podemos notar alguma estrutura nas duas últimas, por serem tercetos. O primeiro octeto não obedece a rima nem métrica.
Curiosamente se decidisses dividir a primeira estrofe, terias um soneto atípico, pelo menos quanto ao número de versos de toda a composição.

Introduzes a metáfora do jardim e levas logo o leitor para um tipo de campo, mas organizado pelo Homem. Toda a beleza de um jardim tem a mão do jardineiro.
O campo, que pode ser de batalha. Pode ser a base de um jardim cheio de flores,... e ervas daninhas se deixado ao abandono.
Gosto mais de bosques desorganizados e impenetráveis.
Entre ser flores ou feras, o que decidir? Ser fleras?
Cabe ao jardineiro (que bom que era que uma espécie de jardineiro-deus impedisse os Zelenksy-Putin daninhas) manter o jardim na paz. Sem invasões nem invadidos.
A metáfora da enxada mais mecanizada e das mãos mais humanizadas, coloca todas as ferramentas que são precisas para matar e morrer.

Entre ser chacinados e lutar, não há que ser frágeis. Os lobos detectam o medo, e atacam.

Curto e muito grosso o teu poema.
Não resisti ao comentário.
Isso, para mim, diz muito.

Obrigado pela leitura.

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Abraço irmã