Que se lhe abram todas as velhas chagas
E o sangue lhe verta do infeliz olhar
Enquanto as suas mãos se fecham
Como as flores que murcham
E assim, doces, morrem par a par
Na hora de todas as pragas
Que as armas se troquem por cantores
E as vozes lhes derretam a vontade
Enquanto uns escassos sorrisos
Se atreverem a moldar juízos
De ditadores sem piedade
Na hora de todos os horrores
Que cada tiro seja um beijo amigo
E os corpos se entrelacem entre si
Enquanto as palavras se apuram
Com significados que perduram
No tempo, em mim e em ti
Nas horas de nenhum perigo
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma