Muitas vezes, sorrimos e brincamos.
Por vezes, pedimos pão.
Muitas vezes, nos confundem.
Outras tantas, disfarçamos.
Por vezes, há lepra na boca.
Não havendo sonhos, choramos.
Contam-nos que há abrolhos.
Míngua à volta da mesa.
Na delonga, cambaleia-se,
com fome de lobo.
Muitas vezes, simulam,
que não somos crianças.
Outras vezes, metem-nos
as ossadas na noite.
Há momentos, em que a infância
rompe-se da boca.
É nessa hora, que a fantasia desabrocha.
Cresce o espanto, por foliar com uma caixa de fósforos.
Zita Viegas