Poemas : 

Myr

 
Não ir irei à guerra só para ter paz;
não matar irei, disso não sou capaz,
dou um escrito, um poema às balas,
pode ser que consiga pará-las...

Como cada um aqui dentro faz,
não sei. Mas como Gandi, que já jaz,
de andrajos, como rio, sem palas
serei capaz destas e muitas falas.

De chapadas, e não de vis espadas,
carecem certos ditadorzinhos,
a quem falta razão, e dedos de testa.

Na vida de ditaduras não há fadas,
mas que culpa têm os seus vizinhos?
Vivam a vida, a que a todos nos resta...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

Este texto é um comentário ao Poema pacificante de LuAres, com um formato diferente, é certo, mas o pretendido.
 
Autor
Rogério Beça
 
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