Que pensas podes me dizer, se só ao silêncio tenho ouvidos
Eu que antes de antigamente, olhava da esquina do mundo
E nem bem tinha certeza que teu olhar existia além de tudo
Esse índigo que, irreverente, sem pedir me arrestou o peito
Para tornar todas minhas noites insones em fértil território
Onde faz germinar a semente de uma poesia terna e galante
Que esperas eu faça com toda angústia que eu usava sentir
Se a ânsia de teu abraço ocupa todo espaço que há em mim
Se o delírio de deitar a cabeça entre a maciez de teus seios
Consumiu todos meus mais recônditos sonhos e convicções
Aprendo a não saber como fazer para vencer essa distância
Essa é minha lastima, é o que me alimenta nas horas escuras
Ah esperança, filha de mãe louca e pai impetuoso, ouve-me
Só tenho a ti esperança, promete-me que que vamos vencer
Que a distância é imaginária e esse calor vem do corpo dela
No longo abraço tão ansiado. E num só um giro do ponteiro
Não mais esperar minha boca faminta enfim encontrar a dela