Lembro dos dias da infância, onde aprendi sobre a resistência
Eu menino, bem às duas da tarde, a me esconder dos chinelos
Aprendendo à ‘fórceps’ com as ameaças diárias de minha mãe
Que o mundo oferece a todo momento, lições a compreender
Porém o aprendizado não veio de surras, flagelos ou de gritos
E sim das experiências informais de querer ser-lhe o contrário
Sentir que devia avaliar a raiz originária das causas das coisas
De acreditar que a metafísica dos filósofos, não fala de amor
É amar que importa em meio a esta imensa desordem de ideias
Como meio de superar os conflitos e encontrar oásis perdidos
Amar é ação no que fragmentariamente é certo, terno e justo
Dominar outras forças primitivas que atuem no nosso coração
Amar é saber que entregar-se é correr riscos e, embora, fazê-lo
Por saber o valor de um desconcertante olhar da pessoa amada
Resulta disto, abstraindo que foi dito como versos n’um poema
Impende erguer esse frágil véu que separa a realidade do sonho
Dar-se a conhecer quais os fatos se referem ao mundo humano
E quais outros são a catarse de algum guru, ancião e anoréxico