Um dia,
arrumaste o teu tempo,
Que sempre foi tão reservado
Vagueei na certeza do incerto,
Por ver que fazia parte do passado...
Momento de silencio em que a hora abraça o desalento
Pelo findar de mais um sonho...
hoje, consciente do meu perder,
Transformo-me em água,
Escorrendo pelas faces alma,
Que se interroga o porquê da mágoa,
O porquê de estar de novo a sofrer...
Grito, por toda a desilusão,
Mas o que ouço, apenas uma lágrima,
Que cai em precalço ao chão...
Sinto-me um actor secundário nesta novela
Da vida,
Onde qualquer personagem, se julga poeta,
Só pelas frases que cria,
Ou pelos sentimentos que revela,
Com uma forma vã ou directamente concreta...
Mas notei no peito a aberta ferida,
Causada por uma ardente dor
Que assim me fez ver,
Que não sou nenhum actor,
A vida não é uma novela, e é tao duro perder
O que se desejou um dia alcançar por amor...
Paulo Alves