Poemas : 

dolência

 
sangram as veias
de sangue impuro
a chorar de medo anuro
por ameias meias
de alto e rijo muro
feito de pedras alheias
que me fizeram duro

amolece-me a força
que me corria corça
até parar quieta a olhar
em contemplação ao mar
que balança verde
em água vermelha de sede
escorrida de fina rede exangue

durmo já incrustado
na míngua reles e oca
de um murmúrio em surdina
que me veio agarrado
à voz miada e rouca
e que adocicado me anina

Valdevinoxis



A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Ledalge
Publicado: 30/04/2008 21:15  Atualizado: 30/04/2008 21:15
Colaborador
Usuário desde: 24/07/2007
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Mensagens: 6868
 Re: dolência
Como se diz por aqui; um poema encorpado. Valde, você é muito bom na arte de escrever.Parabéns!Núria

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 30/04/2008 21:16  Atualizado: 30/04/2008 21:16
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
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Mensagens: 4047
 Re: dolência
Que dizer?
Até o ritmo é dolente...

Gostei!

Bjs

Enviado por Tópico
Paulo Afonso Ramos
Publicado: 30/04/2008 23:37  Atualizado: 30/04/2008 23:37
Colaborador
Usuário desde: 14/06/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2080
 Re: dolência
Estás convocado!

depois de ler uma poesia, intensa, num corpo de veludo em que imaginei os mais acrónimos momentos, quiçá, oriundos do comunicador que há em ti…

Estás convocado!

abraço