Al:
Aquecemos os corpos despidos de preconceitos, aquecemos os corpos à lareira dos mistérios e segredos que nos murmura sonhos tresloucados que já tivemos, sonhos que inventamos à pressa nas noites curtas, curtas demais para os termos... somos felizes.
Quisera eu ter-te aqui sentado, coração batendo ao compasso da vida, solene momento, ás mãos entrelaçadas e emaranhadas, a face perdida entre a luminosidade das chamas, presas as mãos, presos os corações, soltam-se carícias, soltam-se carinhos e a vida é um arco-íris de amor que surge quando menos se espera. Quisera eu ter-te aqui, sentir o calor da tua pele na minha, deixar que a noite encubra este segredo só nosso desinibido, segredo maroto, verdade nossa que acaricía a realidade inventada que esperamos um dia puder ser real.
Nesta lareira restam cinzas de um passado queimado pelas mãos da tristeza, dela renascerão verdades impossíveis de serem escondidas, verdades que o destino escreverá à pressa no livro da vida e tatuará com minuciosidade na nossa pele...
Queria eu ter-te aqui para te dizer uma ou duas palavras simples e banais ao ouvido, depois sentir-te balançar até mim e voar comigo sem rumo certo e sem destino por este mundo pequenino... caberá o nosso mundo inteiro neste mundo pequenino?
Um beijo em ti
Saudade *
. façam de conta que eu não estive cá .