Quando a lua se divorcia da noite, abandona o céu
A aurora precisa de alimento para viver o novo dia
A terra respira novos ventos e o amanhecer se faz
Em poesia com mil pássaros a cantar entre árvores
Brilhos cintilantes colorem os vergéis adormecidos
Frutos multiformes se debruçam de galhos viçosos
A manhã impene abate as trevas sem fazer alarido
E a vida se espelha pela amplidão do azul celestino
Descortinando paisagens qual pinturas imponentes
A faina exige suor, eu sei amor, o caminho é árduo
Haverá lacrimejos, haverá calvário e muros a galgar
Mas, o manto azul nos cobre a cada sol, a cada dia
Eu concebo um mundo melhor, lanço sonhos ao ar
Desabrocho sorrindo a beleza de estar vivo, beijar
A amada, com afeto, no banco da pracinha florida
Em minha aquarela de palavras, descabe o desamor
E no meu poema conto uma história real de sonhos
Onde o poeta diz ‘não’ ao vazio arredio do coração
Eterno hospedeiro de todas loucas ilusões de amor