Versos que falam com asas Com seus sibilos incompreendidos Que formam poemas não ditos Por meios desconhecidos
E é nos seios em forma de prece Que nenhum estilo conhecem Mas que afloram na superfície Como as flores negras que florescem
São espaços vazios, selvagens O falso mundo de Alice E nas mãos surgem as imagens Que brotam sem aparente razão Nas mais intensas crendices
E o inconformado poeta Entrecortando em tristeza Filho da feiura e da beleza De tanta tristeza padece
Porem o amor sempre vence E quando invade a alma da gente As flores negras transcendem Em brilhantes estrelas cadentes Que caem sobre nós em lindos versos