Ao descer a rua, na ponta da curva se via o empório, sempre de branco e azul.
Vendia de tudo, até histórias de caçador e pescador que pagava-se apenas com o tempo de ali entrar. E todos que ali entravam eram ricos de tempo. Quando alguém esvaziava os bolsos saia com aquele sorriso manso de quem logo iria voltar, dando a vez para outro esbanjador de horas tomar seu lugar e começar o relato de novo enredo. Ninguém nunca soube como foi que o empório ficou milionário de dias, meses e anos, mas dizem, à bocas pequenas, que tempo nunca houve para revelar o segredo.