Poemas -> Introspecção : 

Alma selvagem

 
Meus membros, minhas veias dilatam
Rasgo o coração como se pudesse viver sem ele
Minha audição e minha língua vieram até mim
Meus olhos estão turvos
Não vos importeis com os meus gritos
Não vos importeis com o que chora e ora e implora
Palavras! Apenas palavras
Uma alma selvagem
Não se ouve a voz do vento nem do tambor
No chão onde pai e filho se encontram
As palavras verdadeiras não falham
Também o dia e a noite não falham
Mas eu sei que aqueles olhos não verei jamais
A bela irmã que conhecemos dança com as demais
Os verdadeiros poetas
Não são guiados apenas pela beleza
Alegria, pele morena,
Um instinto divino no pensamento
As palavras dos poemas no sentimento
Não procuram a beleza
Elas são procuradas
Extravasadas pela alma selvagem
Que veem as crianças indefesas
Homens e mulheres por toda parte tentando se esconderem
Nós também, por quanto tempo fomos enganados?
Tudo se foi no Jardim do Éden
E não resta nada que possa superar essa dor
O amor, a vida de seus corpos
O sentido de ser
Dificilmente saberá quem sou e o que significo.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

 
Autor
Odairjsilva
 
Texto
Data
Leituras
477
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
16 pontos
4
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/01/2022 12:09  Atualizado: 22/01/2022 12:09
 Re: Alma selvagem
Esplêndido. Que rica inspiração. Saudações poéticas!

Carpe diem


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/01/2022 20:20  Atualizado: 23/01/2022 20:52
 Re: Alma selvagem / para Odairjsilva
...


Você é a pessoa que mais me identifico aqui, talvez por estarmos no mesmo ponto da caminhada e observando paisagens iguais, olhando para o mesmo lado, mas você não está mais preso, porque percebi a algemas e pode ser liberto.
Para mim, é dolorido e perigoso, eu sou uma pessoa transformada, diferente do que era, mas não estou arrependida do caminho e da verdade, não preciso desfazer de tudo, já existe uma base, apenas purificar e construir as minhas certezas, descobrir a verdade. O erro não vem do mestre, mas de fazer de seus pensamentos para nos servir e no meu caso apenas aceitar o que foi construído.
E nada mais libertador do que ouvir novos pensamentos para libertar, modificar o que já existe.

Talvez por isso o livro é tão perigoso.


Judas 1

12. Estes são os escolhidos em vossos ágapes, quando se banqueteiam convosco, pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas;



Gostei do seu poema, pois me fez refletir.