Quase não há ninguém que acredite
Quando eu afirmo que outro estás a amar;
Dizem que estou errado no meu palpite
Porque não veem isso no seu olhar.
Deveras que fico com isso satisfeito
E da dor insana em silêncio padeço;
Só eu mesmo conheço o sofrer no meu peito
Mas sei que de tudo isso mereço.
Perder-te assim foi um grande castigo
Do qual eu não posso me acostumar
Fico longe, mas no fundo eu a persigo;
Eu deixei ir a beleza do amor em seu olhar
E o culpado sou eu, creia quando o digo,
Porque o único consolo agora é lamentar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense