Uma brisa que sonha o que ela leva
Quebra o sol do seu mundo em mais de dois
Trinca o vidro do ventre do depois
Deixa podre o pomo da primeira Eva.
Se o sonho do seu útero se quebra
Ferida de um futuro equidistante
A luz solar que reverbera
De tal forma em seu semblante
Faz com que o medo Te transforme em besta fera.
E quando o sol de gelo em primavera
Faz rocha vil ser mundo multicor
Pelo jardim da lua um beija-flor
Aguarda o alvorecer de uma nova era.
E assim angeliciais augustos versos
Tecem manhãs de galos cabralinos
Castros versos negreiros nordestinos
Homéricos, Hercúleo adversos.
E nesse vai e vem infinito
No balançar de outras ondas
Dos horizontes bonitos
De nuvens hediondas
Que despontam na fronteira
Leva o mundo na algibeira
E todo amor no coração
Sonhos são que vêm e vão
Risos de uma tarde... Inteira.
Gyl Ferrys