"Quem julga deter saber exclusivo,
possuir línguas e mente estranhas aos demais
nesse, se o abres, verás o vazio."
(Antígona, de Sófocles, dos versos 706 aos versos 709)
Nem os escribas antigos
Ou os geniosos greco-romanos
Se refugiaram dentro dos abrigos
Da psiquê dos seres humanos.
Mesmo na primeira infância
Quando nos sorri a primavera
Da língua não à altaneira jactância
Mas , sim, ao saber que é a têmpera
Que eleva o homem em ondas espumantes
Quando finda as intestinas e funestas refregas
Que leva o ser a fender os mares bramantes,
A desbravar os montes e as celestiais esferas.
Há de romper com as raivosas serpes agrestes
Que tendem a tolher o mais indômito pensamento.
Há que se desvencilhar das violências de tais ventos,
Da ignorância ignorante que é a pior das pestes.
Não seremos alvos dos dardos dessas tempestades.
Não seremos aves desoladas com o despojo do ninho.
Comemos do Fruto Proibido. Porém apenas a metade.
Por isso, todo homem que acha que sabe, "se o abres,
Verás o vazio."
Gyl Ferrys