Como é bom fazer poesia
e com ela caminhar por verdes pastos,
navegar mares nunca e sempre dantes
ou mesmo voar sem sair do lugar,
só me utilizando de fantasia!
Fazer poesia sem ter nada melhor para fazer
a não ser sonhar...!
Não ter nada a perder, mas tudo a ganhar
provido de emoção e da mesma fantasia!
Fazer poesia, desfazer da tristeza
e refazer essa realidade à base de amor!
Poesia despreocupada de camisola e no portão sem querer saber...
às de ‘intenções de quermesse’, saia godê, parangolê que por aí também se vê!
Quem faz poesia vive da construção de castelos de areia,
lustração da lua, caça e pesca de sereias e rimas
que também não fazem falta se não forem encontradas!
Não pode ser bruto, mas se for o caso, não perca a ternura
e logo se converta aos que ‘sabem amar’!
Quem faz poesia vive em solo lunar, sob o signo do ‘alto astral’,
não tem ‘uma só’ religião, pode ver Deus, cultua musas
e vive num inferno de amar!
Sou poeta por causa das flores, dos espinhos, das dores e das flores
dos vestidos das mulheres, das plumas das musas do carnaval e seus esplendores...!
Quem faz poesia não sabe o que faz, mas tem sua loucura santa
absolvida ou ignorada pelo rigor de quem escreve tão duras leis!
Que leis...?!
Nem as gramaticais se aplicam sobre nós!
Só não faço poesia melhor do que faço amor!
Quem não faz poesia, não faz ideia ou não deve ter ideia para um poema!
Não sabe o que está perdendo, além do beijo da donzela, de um beija-flor,
do ouro de um duende, do cachimbo do saci, do narguilé da lagarta
e de um Reino de Copas e um cavalo!
Sou poeta por saber fingir, saber amar e às vezes 'acertar escandir'!
Nas horas vagas faço qualquer trabalho, mas a poesia é a minha ocupação
Já que a vivo!
A poesia é minha ocupação e o que faço por amor... e uma 'preocupação'
quando a faço de protesto!
Sou poeta porque o mundo quis assim, tudo o que sei é que nada sei,
me chamo Raimundo e não vi outra solução!
Fazer poesia é viver em ócio criativo.
Minha ocupação é a poesia que me ocupa e preenche!
Fazer poesia é fácil...
Imagine um barco num rio com árvores de tangerina,
Céus de diamante e com a garota de olhos de caleidoscópio...
Ou basta pensar em nada, deixar a inspiração vir
e sobre versos livres, um anjo torto lhe guiar!
Fazer saraus, concertos, arranjos de flores ou melodia
com uma flauta de Èsù e como fazia Pã, perseguir ninfas professorinhas...
minha ocupação e ‘preocupação’ nesse mundo tão necessitado de mais poesia!
Fazer poesia é preciso, viver também, assim como navegar!
É muito bom fazer poesia, fazer amor, fazer amar
e viver em utopia nos momentos de folga dessa realidade.
https://gustavoreymond.blogspot.com/
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