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A EUTANÁSIA QUE NÃO DEU CERTO

 

O nosso trabalho tem que trazer satisfação , o salário pode não ser aquela maravilha, o mais importante é que nos deixe feliz, inverter essa ordem faz até mal para a saúde.Eu sempre procurei trabalhar com alegria. Para exemplificar, o trabalho que mais me deu prazer na vida, não me deu um tostão: quando trabalhava em Corumbá, fui chamado para eutanasiar um cavalo que havia fraturado uma das patas dianteiras. Lá chegando percebi que minha tarefa seria ingrata, toda família estava em prantos, era o único cavalo deles, era um sítio muito humilde. Pensei com meus botões, embora seja a recomendação para o caso , não dá para fazer isso, vamos usar a cabeça e bolar alguma coisa fora da caixinha; bolei uma tala com o material que tínhamos ali, fizemos uma muleta, bolada pelo filho do dono do sítio que era ferreiro; a expressão de todos mudou ,ninguém mais chorava. Estavam acreditando naquele sonho...Acabamos de colocar a tala e a muleta . Sabia que iam cuidar como se fosse um filho deles. Queriam me pagar , mas não recebi um tostão, já que não sabia que aquilo daria certo. Falei com o dono do cavalo: se ele ficar bom me dê uma caixa de bombons na Páscoa. Trouxe esperanças pra eles e para o cavalinho, isso já era um bom pagamento.
Por volta de uns três meses depois chegou em minha casa o dono do cavalo com um embrulho nas mãos- Aqui está doutor a caixa de bombons conforme o combinado, olha ali o seu cliente, nem mancando ele está! Foi o melhor pagamento que já recebi, vieram todos me trazer o presente agora a alegria era geral, até o cavalinho era só felicidade, desta vez fui eu que quase chorei . Não há dinheiro que pague isso.


 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/01/2022 19:52  Atualizado: 16/01/2022 00:03
 Re: A EUTANÁSIA QUE NÃO DEU CERTO
Gostei da narrativa humana, não sabia que os ossos dos cavalos se portavam da mesma forma que os nossos mas fico feliz por saber que podem recuperar de uma pata partida e penso que o termo eutanásia não se pode aplicar a animais mas sim entre seres humanos

PS
Eutanásia é o acto intencional de proporcionar a alguém uma morte rápida e indolor


Autor: Carlos M. Costa Almeida, Ex-Director de Serviço de Cirurgia do HG(Covões)-CHUC; Professor da Faculdade de Medicina de Coimbra; Presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Carreira Hospitalar



A palavra eutanásia deriva dum vocábulo grego composto por “eu” (bom) e “thanatos” (morte), e literalmente significava “boa morte”, no sentido duma morte tranquila, sem sofrimento. Não tinha, pois, a conotação polémica, e até ominosa, que hoje se lhe atribui. Conta-se que o imperador romano Augusto, sempre que lhe diziam que um conhecido havia morrido serenamente, exclamava “Que os deuses me concedam uma eutanásia assim!”. No nosso tempo, o termo corresponde a ajudar um doente a terminar a vida, para aliviá-lo de dor e sofrimento insuportáveis. Na verdade, essa ajuda pode significar, realmente, pôr termo à vida do doente. Ou, sem medo das palavras (que não se deve ter), matá-lo. Vejamos como e em que condições.

Sendo o objectivo genérico da medicina “prolongar e vida e evitar a morte”, terminar a vida não poderia deixar de suscitar uma série de acaloradas discussões no âmbito ético, religioso, médico e jurídico. Alguns entendem-na como um acto de misericórdia do médico, dentro das suas funções de cuidar dos doentes, fazendo com que os que não podem ser salvos possam morrer “bem”, sem a indignidade dum sofrimento atroz, destruidor em vida da sua personalidade; outros consideram que é uma perversão dos seus objectivos, mesmo uma inversão, tal como na obra de François Truffaut, Fahreneit 451, grau de destruição, em que os bombeiros se transformaram nos que ateavam programada e profissionalmente os fogos…

Antes de continuar, tenhamos noção de alguns procedimentos relacionados directamente com a ideia de eutanásia. Distanásia, por oposição, significa “má morte”, e em medicina entende-se como o adiamento da morte de um doente que se encontra em fase terminal, sem esperança de cura e em sofrimento, condicionando-lhe uma morte lenta e dolorosa, com o recurso a tratamentos médicos considerados desproporcionados. Com o mesmo significado é também usada a expressão “obstinação terapêutica”. Ortotanásia, em alternativa às duas, é a morte natural, no momento certo. Não confundir eutanásia com suicídio assistido, no qual o médico fornece ao paciente os meios necessários para pôr termo à própria vida, desde que se verifiquem da parte do doente os pressupostos de incurabilidade, grande sofrimento e desejo, por isso, de morrer.



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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 15/01/2022 21:16  Atualizado: 15/01/2022 21:16
 Re: A EUTANÁSIA QUE NÃO DEU CERTO
Amei a leitura. Bravo

Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 09/04/2022 18:03  Atualizado: 09/04/2022 18:03
Usuário desde: 03/09/2012
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Mensagens: 18165
 Re: A EUTANÁSIA QUE NÃO DEU CERTO
Poeta
História comovente! Acredito que nenhum animal deva ser sacrificado, nunca devemos perder a esperança na melhora e cura dos nossos animais de estimação, pois existem muitos casos reais como este, em que verdadeiros milagres acontecem. Minha gata Catharina é prova disso, adoeceu aos 11 meses, (portadora de pif), chegando a pesar 1kg e hoje está aqui redonda e formosa com 5 anos e pesando mais de 5 kg. Fizemos até novena para ela se recuperar na época e deu certo, graças a Deus!
Parabéns pelo trabalho, pela inspiração!
Abraço!
Janna