Sentia as dores intensas nas pernas
O suor que escorria da testa e ardia os olhos
O cansaço que tomava conta de todo seu corpo
E o sol escaldante que ofuscava sua visão
E queimava-lhe até a alma
Curvou-se sobre seus joelhos
Precisava tomar um fôlego e continuar a jornada
Sem saber exatamente onde seus passos o levaria
O vento até que batia nas folhas das árvores
Podia vê-las se mexendo
Mas não amenizava o calor que sentia
Não tinha tempo também para observar as borboletas
Apesar de achá-las interessantes
Apenas a caminhada a sua frente importava
O destino nem sempre é o que se pode esperar
E a caminhada deve acontecer
O tempo não para
A vida não deixa margem para erros
E cada um deve carregar a sua cota de sofrimento
Dar os passos que forem necessários
Sem ficar o tempo todo reclamando da vida
Olha a sua volta outra vez
O ar entra em seus pulmões e sente um novo alento
Deve continuar a caminhar
Nunca se chega ao fim se não tiver um começo
O tempo não espera por ninguém
E cada um deve trilhar a sua própria jornada
Porque assim é a vida do ser humano
Vê no horizonte o caminho a seguir
Então recomeça a sua longa viagem rumo ao desconhecido
Porque tudo que viveu até aqui é experiência
Mas o que vem pela frente é uma incógnita.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense