Um desespero toma conta da alma
Uma sensação de infinita solidão
De todos os olhares que tento me esconder
Porque a humanidade não causa mais afeição
Não há porque imaginar que possa mudar
Se não sabem nem mesmo a sua direção.
Eu sinto a angústia de dias solitários
E prefiro ficar no meu canto sozinho
Porque não vejo uma esperança sequer
De que os seres humanos possa mudar o caminho
O que se percebe é o egoísmo e violência
Tomar conta de todos e não há nenhum carinho.
Triste lamento de quem queria apenas viver
De quem desejaria apenas e somente amar
Se não há uma forma diferente de existir
Porque roubam de todos a simplicidade do sonhar
Já não resta nenhuma esperança nos olhos
De que a humanidade possa um dia melhorar.
Seguimos sozinhos em meio as multidões
Onde cada vive em si mesmo a pensar
Não se preocupam com as misérias alheias
Só o que pode em suas vidas melhorar
É como se caminhássemos para o abismo
E ninguém tem a coragem de nos avisar.
Sei que em algum lugar pode existir ainda
Quando nasce o sorriso no olhar de uma criança
E os sonhos tornam-se reais no profundo coração
E dos tempos bons surgem uma singela lembrança
Tudo se renova na mente que pode sonhar
Porque no fundo ainda pode haver a esperança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense