.
.
.
...lentidão no caminhar, passo a passo vi-o absorto em mil pensares, cabisbaixo, seguindo chutando a areia molhada, relembrando sonhos em cantares silenciosos...
destino indefinido mesmo que sabida a direção da derradeira foz...
num olhar ligeiro e sorrateiro não surpreendeu-se das inexistentes pegadas, apagadas pelo bater suave das ondas do baixa-mar... chegara a noite, mas não se deteve, seguiu guiando-se pelas parcas estrelas enxergadas, luzindo sob seus olhos futigados pelo tempo, tanto tempo...
apeou dos pensamentos quando
o horizonte já prenunciava uma alvorada, tardia, foi quando se deu conta que a ponte não mais havia para travessia... não arriscou o nado, mas nada o fez arredar do atracadouro antes de cumprir há muito o ritual diário; dar o passo e viver mais um dia!