O PREÇO DO PASSADO:
Quanto me custa o passado?
Ah, esse passado onde um outro eu imaturo se pensava um Eu, quando nada era em sua tentativa de ser.
Quanto me custa esse passado que recrio no hoje como um espinho perfurando a fronte envelhecida de um ser que se pensa melhor.
Ah, esse passado e seus fantasmas que ainda me rondam nas lembranças de alguns.
E nem mesmo sou o que fui.
Há muito não trilho os caminhos esburacados que idealizo na mente.
Estou distante daquele jovem.
Daquele arrogante quase senhor.
No alto dos meus cabelos brancos estou distante destes eus individualistas.
Ah, o passado...
Quem dera fosse o que sou quando era o que não sou mais.
Quanto me custa o passado daqueles estranhos esquecidos...
(Carlos Henrique Rangel).