Colho os frutos do chão
a carne já está oca
e sob o sangue do sol
levo-os à boca
e no rio que em mim corre
deserdado e desnudo
mato as dores e a fome
beijo o céu e a terra
em andrajos de fogo
e de selva
e entre os meus leitos submersos
enterro sem mapa
o meu gesto
de ser pássaro.