Navego nuvens e ondas perfeitas na imaginação
Longe de olhares turvos
Indecisões que atrapalham a vida inteira
Decepções na alma que sente o vazio existencial
E não tem nenhuma resposta plausível
Nem mesmo esperança de encontrar paz no futuro.
Você ainda acredita no amor
Quando você olha para as pessoas a sua volta?
Quando você se depara com mãos trêmulas estendidas
E pode ver o mais profundo olhar de incerteza?
Você ainda acredita no amor
Mesmo quando percebe que não pode fazer nada
Que mude a sensação de frustração nos indivíduos
Que perambulam pelas ruas frenéticas das grandes cidades?
Onde está o olhar de compaixão
A mão estendida para o mais fraco da sociedade?
Haverá um dia diferente na existência humana
Onde alguém poderá cantar uma canção de amor
Que realmente faça sentido aos ouvidos dos sofredores?
Permita-me dizer-lhe o que penso
Questionar a minha própria existência
Porque não quero ser apenas um sino que tine
Nem o lampejo da inspiração que se esvai com o tempo.
Não faça nada se você não quiser fazer
Porque você não é um escravo do destino
É apenas mais uma alma que navega os mares da eternidade
Na busca incessante para respostas que nunca existirão.
Tudo isso não passa de conjecturas
Falácias de um tempo tão confuso como um dia de neblina
Porque se você pensa que é tão bom
Então responda a pergunta inquietante
Você ainda acredita no amor?
Poema: Odair José, Poeta Cacerense