Se tu me desejas, podes virar-me do avesso
Mas vou recompor todas palavras escritas
Ninguém irá me roubar o prazer dos versos
Encha teus pulmões, recites essas estrofes
Com fúria como as cravasses no meu peito
Repetidamente, qual quem renuncia à vida
Não baixes a cabeça, faças quanto fizeres
Vão te dizer que meus versos são sombrios
Não sei fazer milagres e nem vou te mentir
Vou te contar de um futuro que eu já vivi
Nos nossos sonhos tu lembras? De sonhar?
A cabana no bosque, o bálsamo do jasmim
Mão na mão, tua boca e a minha, fascínio
São tantas e incontáveis lembranças de ti
Porém não me ames ou isso fará me perder
Pois, eu pertenço à fantasia e amar é real
Mas posso prometer estar sempre contigo
Cabeça e coração num romance sem final
Não, não me mates ainda, deixa minha pele
Se tornar tua pele. Faz meu sangue ser teu
Eis que somos trovão e lampejos, som e luz
Faz-me viver em ti, o que não cabe em mim