Dos teus brilhos, caminho meu
Podia dizer, se o sentisse
Que são raios de sol feitos jardins
Ou ondas em verde manto que o vento afaga
Podia perder-me, se quisesse
Nas formas distantes do tempo
E dar-me à terra, tempestade
Mas os teus brilhos, nos olhos meus
São causas e efeitos, calmaria
Por eles o tempo pára, eu bem sabia
Na pedra onde me sento
E turbilhão, sou tudo o que me devo
É nos teus brilhos onde me perco
No simples olhar para uma flor
E não desejo, sequer procuro outro caminho
Deixo-me estar assim quieto
Até que a flor seja o caminho, seja o brilho
Até que seja, em si, a beleza
E inteira, tome conta da paisagem
Então, por fim e sem esforço, toma a paisagem
Inteiramente, conta de mim.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.