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Sejamos raros enquanto poetas
Perante um anestesiado, sintético/patético império de Camões morto, considero superiormente os nossos instintos lusófonos de naufragados permanentes, perpétuos (de uma arca civilizacional mítica e flagrantemente em fim de vida, com água pelas ilhargas) fascinantes e fascinados pelas Tágides de tal forma fomos e privilegiados pelas ninfas da crista da onda, porém quando é travessa a maré mais lembra um trágico tsunami de imbecilidade caseira e superlativo o grau da uva na calmaria da gestação, a colheita na canícula, a Dulcineia do racionalismo, do óptimo, o racional se apura inusitadamente sem necessidade de escanção, somos nós próprios mestres vitivinícolas e contramestres da nossa simples odisseia marítima e de uma engenhosa embarcação, desacompanhados de sofismas rochosos e rancorosos, prefixos de gorgulho vão, presunção daquela que existe apenas e só no feijão azul e branco (tal como o sabão) quando é mau, embora de comum origem, a raridade deriva também ela da de uma mesma inspiração e condição, a cepa quando bem presa à terra que a gerou. Sejamos raros enquanto poetas, muita gente "faz das tripas coração", tentando dizer o que nem quer só porque parece bem, o que não pode pois não sabe ou o que nem mesmo sente, como se fosse o seu "ganha pão" tentando ganhar prestigio fácil, fama ou inspiração falsa, pobre entre quem nem ler/escrever certo e correcto sabe e tenta impressionar mesmo quem não gosta ou nem tem forma de opinião sobre nada e sobre tudo faz de juiz de plantão, Siddhartha de esplanada. Outros não, tendo opinião somos de facto nós próprios o presunto o pão e o alho, o paladar é dos que o têm …
Bem hajas
JS/JM
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