#AFLIÇÃO
Quando o céu em pranto derrama tuas estrelas...
Em que céu ou abismo tarda?
Onde fazes tua morada?
Quem com correntes tão fortes e sutis prenderá teu coração?
O fogo que dentro de ti arde é um profundo e sincero amor?
Poderá dedicar-me um pouco de ti tirando-me o langor?
Nunca saberás o quanto me é importante...
Não tenho como medir e expressar meus sentimentos...
Se reprimo meus impulsos e desejos...
Afogo meus sonhos...
E choro nos leitos...
É porque sou fraco...
E a morte já fez morada em meu peito...
Rasgo as asas da vida...
E a eternidade confronto com alegria...
Não serás tu homem como eu?
Eu canto...
Eu bebo...
Eu danço...
Ah, sei que também me amas...
Como eu te amo...
Todos clamam na aflição...
E por ela juram gratidão...
A ti não clamo...
Só peço que me estenda a mão...
Ame-me agora então...
Sandro Paschoal Nogueira
Caminhos de um poeta