Com asas negras como carvão varo noites sem estrelas
Quando a quietude envolve a cidade que reluta dormir
Olho alerta para as voltas que o ponteiro do relógio dá
De asas abertas a planar no breu do céu sobre as ondas
Não penso em nada mais urgente que voar sem destino
Apenas ser feliz, estar tão seguro de mim, quanto de ti
Para as asas que palpitam, do alto, tudo são só formigas
Que querem viver sua vida, sem esperar pelas calmarias
Que o tempo ensina não se mata sede com água salgada
Às sonoras asas da voz que sibila ao vento a me chamar
Não desejo um mar sem ondas nem uma tarde sem brisa
Quero meu barco singrando as ondas sob o azul celeste
As asas mortas hão de ressuscitar, novas, reinventadas
Qual a quem se prometeu o futuro, a taça deste canto
Menestréis sem fronteiras, livres das paredes da ilusão
Porque não vens comigo? Decidas agora ou nunca mais