Eu tomo um gole
Gole que me engole.
Estou vivendo
Entre entalhos de letras não proferidas
Sofrendo por amores escondidos
Por desejos entorpecidos
E indecisões ancestrais.
Hoje vivo de sobras
Envolto em sombras
Armazenado em nuvens...
Subtraindo tua imagem de uma era digital
Ainda sofro quando me fitas
Inerte em fotos abstrais.
Tua imagem
Espólio de uma realidade virtual
Fruto do furto de uma era digital.
Mamífero carnívoro, selênico...
Vivo entre amontoados de sons não proferidos
Atormentado por amores escondidos
Cheio de vontades desiguais.
Sinto que a luz dos teus olhos
São faróis que me afastam do teu cais.
Tantas imagens...
Emoções metalizadas pela arte digital
Eu nunca me farto
Dos teus resíduos virtuais.
Eu tomo outro gole
Que me engole.
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