Queres o que te oferto, mas me odeias por escrever
Quem diz que ama a ponte, deve também amar o rio
Posto ser este, a única razão da existência daquela
No ardil dessas ilusões, te imaginastes ser reluzente
Por que falavas que sentias por mim, o amor eterno
Mas me atiraste às hienas, tal restos insignificantes
A terra seca quando cai a chuva, exala seu petricor
Há coisas que não se pode ocultar detrás da mudez
As evidências, e vidências, violências são a face real
O sol sucede à lua e, muda, mudas das tuas opiniões
Porém por dentro és imutável, sem arte ou sem rima
Soluçando uma imensa oração de infindo desamparo
Deixaste confundir minha humildade com pequenez
Por isso me perdestes, tal a represa verte o excesso
Se tu ias me atar as pernas, esquecestes minhas asas
Carreguei por tantos outonos e invernos, teus vazios
pacotes sem ternura, teu ouro de tolo, teu coração
mendigo e nenhum gesto ou algum aceno de carinho
Não te espantem, pois assim, os porquês deste adeus
junho/2015
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.