Procurando amores
Não haverá em meus braços
plácidos traços do fim que espero
para meus dias de pousar em flores
e todas as dores que invadem o ar
que respiro é o cheiro passageiro
de cada um dos meus amores.
Foi sempre por tanto amar,
e amar como a me perder no vazio
e esquecer o resto e ser esquecido
enredado por um louco ardil
e sempre ao sair ferido
revolver feridas nas noites de lua,
andando a esmo nas ruas até desabar em um
beco escuro e frio
numa gula autofágica de amor
Invento madrugadas de inverno que me
fazem tremer os dentes, olhos marejados
de luzes alvas procurando um novo firmamento, quiçá um novo amor, uma nova manhã de sol, uma nova dor, para passar o tempo como uma pupa conservada
em formol.
Alexandre Montalvan
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.