COITA D’AMOR, TAMBÉM EU
Coita d’amor, também eu
Tenho vivido a morrer...
Na angústia de não saber
Por quem, sozinha no breu,
Tendes mais pálido o ser.
Vós, Senhora, um bem-querer
Deixastes p’lo peito meu.
Mas que de vós se perdeu,
Quando ao vosso bel-prazer
Outro ardor vos aqueceu.
Desde então, ai! Que faço eu,
Senão penar meu sofrer?
Aonde eu irei sem ver
Vossa face, se no breu
Tendes mais pálido o ser?
Que faço senão sofrer?
Que faço do peito meu
Que por vós já se perdeu?
Se, por mau ou bom prazer,
Outro ardor vos aqueceu?…
…………………………...
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.