Tento sacudir os galhos que me prendem
Às inocências
Dos sentires,
Na incompreensão
De um tempo
Cada vez mais indiferente
E frio,
que se agarra às nuvens
Como se fossem almadraques translúcidos.
Com o olhar preso
ao sul
agarro a claridade
do sol
que me acorda a primavera
de olhos fechados,
por onde encontro os sentires
e os alvedrios
dum tempo novo.
Presa à janela
Enrosco-me nas asas
Magoadas,
Por um voo poético,
Esperando
O sibilar
Da utopia