como se te amasse loucamente
o tacape rodopiando pelo tempo
desde as caravelas
abre o Carnaval
como se pudesse tanto lamento
a fúria a farra a febre quem mais santo
indecente como era quando acesa na alma a vela
o corpo vertia sumos a todo ser da paixão animal
aonde os violões e batuques vagabundamente malandros
choram pelos sentidos adentro celebrações libertinas
índia nua é a pintura da saudade na tela ardente
quando os espíritos festejaram a carne em púbis e luz
esta terra precisa do Carnaval nada mais que sempre
esbórnia é a carta de princípios da raça
que sobe mais que a superfície
- ela sai da aquarela vestida das flores do caos
aberrantemente deusa como é da divindade trocar o equilíbrio de lugar
Bocarras linguarudas mordem o verbo da esbórnia/
rollingstoneando o carnaval
decimal desse mal eu morro
esse mal faz Bem
bem te vendo
a face pintada é guerra
o teu rosto pintado ferra
o olho vazado sem noção
do embuste enruste a demência
do espantalho que restou das armas
portentosamente fêmea
tua dança ignora hierarquias verborrágicas,
porque o desejo convida a tocar teu corpo
quando os sinais de trânsito perdem
o controle das estrelas
o céu ganha outro sentido
e as ruas dispensam os minotauros da insensatez