Todos os dias são diferentes,
há ilhas plantadas no peito
silêncios de um tempo perfeito.
E há vozes que se ouvem tão perto,
vozes que elevam os silêncios e as vontades.
Todos os dias sou sol e a Luz não se põe num poente qualquer.
Há um céu que se move no infinito do teu olhar,
uma suave melodia que faz dançar a alma
numa noite cristalina de sussurros
a amanhecer os teus olhos dentro dos meus.
Todos os dias, a mímica dos meus gestos, acorda
o perfume dentro de ti e há flores nas tuas mãos
e ternura na ponta dos dedos.
Dispo em mim, uma qualquer desesperança plantada
num dia de desânimo, para acordar os dias frios
no abismo do meu amor.
Fala- me dos dias, sim dos dias em que plantas sorrisos
no meu olhar e dos meus olhos marejados,
fala-me de ti, sim, da incredulidade dentro dos meus olhos...
E o que vês?
Vês o véu da minha alma rasgar-se para te acolher...
(Alice Vaz de Barros)
Alice Vaz De Barros