O sol bate na parede caiada
E deixa a gente encandeada
Sem ver nada.
A parede caiada tem uma barra,
É azul e vai da cintura à terra.
A parede de cal caiada
Tem uma casa agarrada...
É pequenita mas é casa honrada.
Atrás da parede caiada de branco
Está um velho sentado num banco
Que se aquece em fogueira ateada
Em paus de madeira queimada.
O sol deixa a parede caiada
Para lua de noite começada.
Dentro da casa a ela agarrada,
Amparada pela parede caiada
Adormece gente cansada
Por afazeres de jornada.
Fica, então, à espera, a parede caiada
Pelo sol da próxima manhã anunciada.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.