Para Adriane, meu amor, sem a qual a mais ninguém
A tarde, Amor, nos reprimaveriza...
Inventamos bancos em jardins, praças
Bem antigas, por onde cuidadosamente passas
Com os teus claros cabelos de brisa.
Ergo os meus olhos aos Céus - e dou graças!
E de repente tudo se ameniza,
Enquanto cuidadosamente traças
O perfil de um arcanjo sem camisa
Um girassol quer entrar no soneto...
Cheio de preguiça - tão debochado!
Seu amarelo-van-gogh só caçoa
Da teimosa bandinha do coreto
A repetir às moscas o dobrado
Que comovia nossa vida à-tôa.
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júlio, in Sonetos e Canções
I
Júlio Saraiva