Sonetos : 

Soneto VI

 
Para Adriane, meu amor, sem a qual a mais ninguém


A tarde, Amor, nos reprimaveriza...

Inventamos bancos em jardins, praças

Bem antigas, por onde cuidadosamente passas

Com os teus claros cabelos de brisa.


Ergo os meus olhos aos Céus - e dou graças!

E de repente tudo se ameniza,

Enquanto cuidadosamente traças

O perfil de um arcanjo sem camisa


Um girassol quer entrar no soneto...

Cheio de preguiça - tão debochado!

Seu amarelo-van-gogh só caçoa


Da teimosa bandinha do coreto

A repetir às moscas o dobrado

Que comovia nossa vida à-tôa.

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júlio, in Sonetos e Canções

I


Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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