Faminta,
esfaimada,
esfomeada de tanto querer!
Soturno fastio,
lúgubre, aborrecido,
entediado e opulento olhar.
Chove em mim lá fora, tão dentro de mim que o meu coração se molha. Pingos de padecimento enchendo-me a alma, salvo o que de melhor tenho, afogo o meu pior. Quero cuidar de ti! Quero tratar de ti! Tomar conta de ti! Torcer as minhas mãos até te conseguir dar tudo o que tu precisas. Deslocar os pulsos até conseguir oferecer-te o que mereces. Constranger-me!
Imcumbo o olhar de seda,
chove dentro da índole, no cerne do que sou.
Agito a bandeira da paz como se fosse ontem o dia da despedida.
Hoje quedo-me, calo-me! Fico-me!
Se não chovesse tanto ia até ti roubar-te um beijo,
só porque a falta que me fazes já me balança os dias de vida,
morte é realidade,
vida é ficção.
Sinónimos?
Não sei de que queres que fale!
Antónimos?
Sei bem de que queres que te fale.
Não?
Sim!
Agora?
Depois!
Chove nos teus olhos, de-ses-pe-ra-da-men-te. Quem nós somos? Pingos de nós mesmos! Choro! Crito! Por dentro da verdade escreve-se a pena com letras maiúsculas. Tu sorris enquanto por detrás de ti o mundo se deixa cair e ruir, e ris de mim? e choras de mim? Choves todo à minha frente.
Não volto! Não volto! Não volto!
Enquanto escrevo cai a chuva na vidraça, o reflexo nítido dos teus olhos defronte, os meus cobrem-se de lágrimas e deixam-se chover. O dia é cinzento como eu, a alma parte-se com o vento que sopra, chora com a chuva que cai dos céus. Olhares de chuva na hora do último adeus!
. façam de conta que eu não estive cá .