Podes conter às lágrimas ao ver toda essa triste realidade?
Onde estão suas águas?
Nem mesmo as lágrimas conseguem preencher o vazio
E as areias estão a mostra
O descaso que fazem contigo
Os dejetos que jogam em ti
É de cortar o coração.
Em minha memória estão aqueles tempos
Que caudaloso corria esplendorosamente
E cantavas a tua beleza em poemas e canções
E as crianças brincavas em teu leito
No Daveron
Do alto da ponte via-se a magnitude de um rio a deslizar
E não se vê nada mais do que um espectro de silhueta
O rio se foi
Resta a triste marcas de um filete de água
Que tenta resistir a destruição humana.
Ah! Que dor no coração
Que tristeza ao ver-te secar sem poder fazer nada
A não ser um triste poema de lamento
Rio Paraguai outrora tão majestoso
A embelezar o cais da Praça Barão
E agora não mais
Só um triste cenário coberto por fumaça
Desespero de uma geração
Que lamentavelmente deixa o rio morrer.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense