um peixe na barriga de um peixe
a mim desconcertava-me
a minha mãe também me havia trazido na barriga
mas vomitou-me para o mundo
este mundo de regras que obrigam
as bocas maiores sobre os corpos menores
um pesaroso vagar aflito
na cadência do recurso de amanhã
a ante-câmara escura prometia demais
enquanto a cortina não se revelava aterradora
ou os joelhos se agarram ou algo estala
as costas cruzam-se entre braços e medos
lá para onde os pés fogem ao deixar de sentir a terra
e a mão agarra forte puxa retira
a tripa do peixe que outro peixe tinha
a morte na boca a morte nas mãos
o sangue entre os dedos pelo lado de fora
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